Eu confesso: Minha filha me transformou num líder melhor!
E aí Lider, tudo em paz?
Deixa eu te contar como minha filha me ensinou que posso usar melhor o humor no trabalho…
Esse final de semana eu estive lendo um artigo/pesquisa de Daniel Goleman e sua equipe, especificamente sobre o humor no ambiente de trabalho. Ele nos conta que o humor do líder é literalmente contagioso, transmitindo-se rápida e implacavelmente pela organização.
“A eficácia da liderança envolve o desenvolvimento de um interesse e talento genuínos em promover sentimentos positivos nas pessoas de cuja cooperação e apoio você necessita.”
Ele nos diz ainda que quando você critica uma pessoa, fica mais difícil que ela mude. “Um chefe rabugento e implacável cria uma organização tóxica repleta de funcionários com desempenho inferior que ignoram oportunidades.”
Fábio Sala também mostrou em sua pesquisa que líderes com desempenho superior extraem risos de seus subordinados em média 3 vezes mais do que líderes com desempenho mediano.
Como estão minhas ações e reações com meu time e família?
Diante dessas pesquisas e seus resultados, eu começei a prestar atenção nas minhas ações e reações com meus filhos em casa… Particularmente em relação a minha filha do meio.
Ela é um pouquinho desastrada demais…hehe…. Talvez por fazer alguma coisa pensando em outra, ou já pensando no próximo passo enquanto está fazendo um passo anterior,sei lá.
O fato é que ela quebra umas coisinhas, deixa cair outras, esbarra aqui, ali…
Isso me deixava irritado, principalmente quando machucava os irmãos ou quando quebrava algo. Na mesma hora eu esbravejava com ela pedindo mais atenção, ou gritava perguntando: Quando você vai prestar mais atenção menina?!? Vai passar a vida toda sendo desastrada?!? Onde você está com a cabeça?!?
Ler isso já me emociona um pouco, pois ela é só uma criança….e eu sou responsável por seu desenvolvimento…Resolvi então mudar o approach com ela.
O que aprendi nesse dia das crianças?
Nesse fim de semana, pedi para ela me ajudar a tirar as coisas da mesa do almoço e levarmos para cozinha. Ela pegou seu próprio prato e seu copo e no caminho para cozinha inexplicavelmente a meus olhos, ela deixou os talheres cairem e um pouco de resto de comida também.
Ela já baixou os ombros e a cabeça esperando a costumeira bronca…eu olhei aquela cena, abaixei diante dela e perguntei com um sorriso no rosto: você me ajuda a limpar?
A reação dela foi espetacular. Ela sorriu e me perguntou: Eu sou desastrada não é pai? Eu a perguntei: o que VOCÊ acha? Ela me repondeu que sim….
Então lhe perguntei o que ela podia fazer de diferente para mudar isso….Ela me respondeu com uma pergunta: Prestando mais atenção? Lhe devolvi: Prestar mais atenção resolve filha? Ela concordou e eu a perguntei como ela iria fazer para garantir ter mais atenção e como eu ia saber que ela está tendo mais atenção…. silêncio…… então eu a sugeri focar no que estava fazendo…olhar aspectos do cenário, seus movimentos, enfim, estar presente no que estiver fazendo….e lhe disse rindo que um probleminha ou outro acontece mesmo….todo mundo é um pouquinho desastrado….hehe.
Disse complementando: Vamos fazer o seguinte: durante 21 dias, vamos nós dois tirar a mesa e a gente faz juntos o exercício de foco, tudo bem? Você vai ver que você é fera, que vai se destacar ainda mais na dança (paixão dela) quando terminarmos esse exercício e você conseguir ser mais focada ainda. Ela me abraçou e disse: Te amo pai! Uau! Meus olhos encheram de lágrimas novamente só de escrever esse momento.
Tenho certeza que nunca mais ela vai ser desastrada? De jeito nenhum…. kkk Mas tenho certeza que ela se sentiu melhor, nosso relacionamento mudou e que ela vai estar mais atenta e com vontade de acertar.
Conclusão
Essa metáfora tem intenção de reforçar o ponto de Daniel de que “quando as pessoas se sentem melhores, seu desempenho melhora.” Devemos continuar sendo exigentes com nossos times, mas de modo a estimular o humor positivo. A velha abordagem dos incentivos e punições sozinha pode ser muito perigosa. Jim Clemmer já dizia (baseado em pesquisa de campo, não opinião) que se achamos que nosso (a) colaborador (a) é bom, ele vai ser cada vez melhor
Lembrem-se sempre de lembrar de nunca esquecer que líderes inclusivos e inspiradores é que geram time com alto desempenho.
Por fim, deixo uma reflexão: Você tem plena consciência de como suas palavras e ações afetam os sentimentos dos outros e é suficientemente sensível para muda-las quando esse impacto é negativo?
Boa semana e boa liderança!!!